Entao para quem quer saber um mais sobre a musa do electro.. ta ai a entrevista dela..
A francesa Miss Kittin traz nu electro ao Brasil
Jan Fjeld
Em entrevista ao O Pulso via e-mail do estúdio em Berlim, a musa do electro, Miss Kittin afirma que não é fetichista, que a sua apresentação é um vômito através dos alto-falantes e que ela é bem mais do que uma "musa do electro". Ela diz que está apenas se concentrando "em levar a diversão a sério". Miss Kittin está no estúdio preparando o seu primeiro álbum sem o seu parceiro, o produtor e DJ The Hacker, mas não quer adiantar o que está por vir. Ela se diz "excitada" com a sua vinda ao Brasil marcada para o final deste ano quando se apresentará, discotecando no Rio de Janeiro, São Paulo e na praia de Camburiú (SC) (veja abaixo).
Miss Kittin é nome artístico da produtora e DJ francesa Caroline Herve de Grenoble na França. Ela tornou-se um ícone da cena electro - uma revisitação do estilo que nasceu na ressaca do punk no início dos anos 80. Electro é um cruzamento entre música eletrônica experimental representada pelo Kraftwerk e Can com o hip hop e funk.
Mora atualmente em Berlim ("o meu horrível e maravilhoso paraíso, bem louco e espaçoso") onde está em estúdio gravando o novo álbum previsto para o primeiro trimestre de 2003. Miss Kittin é um dos representantes mais visíveis desta cena retrô, também rotulado nu electro (nu wave) pela imprensa especializada. Electro representa uma tentativa da cena eletrônica de renovação. Não só as sonoridades são retrô como as atitudes também.
Miss Kittin se apresenta vestida de enfermeira ou com um mínimo possível de roupas e acessórios ligados ao universo sadomasoquista também em voga no início dos anos 80. Além disso, as letras de Miss Kittin são bem escrachadas, e tratam, em geral, do universo de sexo, drogas e rock'n'roll. Não há uma mensagem explícita nas letras fora a vontade de se divertir, como afirma Miss Kittin. O que prevalece são as descrições irônicas de uma vida no submundo cuja única saída é a fama e fortuna.
Acaba de sair no Brasil pela FNM o seu primerio álbum, "Miss Kittin & The Hacker, "First Album", com o seu parceiro de longa data, o produtor The Hacker (o também francês Michel Amato) que ela define como "minha alma gêmea tanto pelo seu senso de humor como seu corte de cabelo". O álbum foi lançado originalmente pela gravadora berlinense International Deejay Gigolo Records. As faixas "Frank Sinatra" e "1982", incluídas do álbum, tornaram-se referências na nascente cena retrô que reverencia tudo que é funk, disco, new wave e electro. Ambas as faixas abusam descaradamente das referências ao Soft Cell, Depeche Mode e Kraftwerk.
Leia trechos da entrevista:
Como é a pessoa por trás de Miss Kittin (Caroline Herve)?
A noite ela é a primeira musicista assassina em série, que vendeu a sua alma ao diabo e nunca deve envelhecer... Agora, de dia ela é assim, bem chata, ela está se aprimorando em lavar a louça e limpar o seu apê.
Conte-nos, por favor, sobre os seus estudos de artes plásticas. O que você estudava? Porque você largou os estudos?
Estava tentando ser uma artista contemporânea, mas enquanto estava tentando, "o sistema" queria diferente e me jogou no design gráfico. Virei uma péssima estudante e uma ótima DJ. E, como estava ganhando bem mais como DJ, decidi que não queria que meus pais pagassem mais os meus estudos e por isso larguei.
Por que o nome Miss Kittin e o seu show fetichista?
Não há uma razão, assim, específica do nome e acho que o jeito que me apresento não é nada fetichista. É só um vestido branco bem barato ou um caríssimo top de couro, modelo único, e uma saia.
Como você e The Hacker conceberam a faixa "1982"?
Estava precisando de mais uma faixa para o primeiro EP. Estávamos bem entediados com tudo e fazendo piadas em cima das faixas favoritas do The Hacker. Ele acha que o new wave era bom só até 1982, depois disso, só merda.
Você prefere discotecar, fazer shows com The Hacker ou colaborar com outros produtores como o Golden Boy, Sven Väth, Felix The Housecat, etc?
Prefiro discotecar, porque não é preciso incorporar uma personagem. O som que faço me representa. Mesmo assim, The Hacker sempre será o meu parceiro favorito, o meu parceiro dos sonhos. Ele é a minha alma gêmea tanto pelo seu senso de humor como o seu corte de cabelo.
Você está pensando em lançar um álbum só seu, da Miss Kittin, sem os seus produtores colaboradores como The Hacker ou The Golden Boy?
Este álbum está chegando. Aliás, atualmente estou trabalhando nisto 12h por dia. Você deve se considerar sortudo, já que estou respondendo às suas perguntas daqui do estúdio, mas ainda não vou falar do novo trabalho.
A imprensa especializada nomeou você como a musa do electro. Como você se sente como a musa do mais recente hype da música eletrônica?
Bom, espero que seja bem mais do que só isto! Espero ser uma boa DJ e uma excelente compositora. Mas não estou reclamando. Será que sou musa de electro, de algo, de alguém? Nunca me perguntei...
Como você define o que você faz?
Como música, observo o mundo à minha volta, fico refletindo sobre o que vejo, tentando digerir tudo, ao mesmo tempo em que quero me proteger um pouco contra os males do mundo. Depois, vomito tudo no papel. É fácil, dá pra tudo mundo fazer. Como DJ, medito com os discos, penso bastante sobre o som, tento me surpreender e depois vomito tudo através dos alto-falantes. Mesmo assim, acho que a melhor maneira de descrever o que faço e usando as palavras de Michael Mayer que é: levar a diversão a sério..
Quem é a sua maior influência?
A minha própria vida!!!
Você já veio para o Brasil?
Nunca estive no Brasil, mas como tudo que é novo, estou superexcitada para ir. Só espero que as pessoas não sejam loucas. Fico com medo quando as pessoas são demasiadamente expansivas, como aconteceu no México. Tinha até que andar com guarda-costas.
Como você se apresentará no Brasil? Miss Kittin, Miss Kittin and The Hacker, Miss Kittin and The Golden Boy ou algo totalmente diferente?
Só como Miss Kittin discotecando, o que é um pouco triste, porque adoraria tocar com The Hacker. Mas, por hora, nada de shows ao vivo. É preciso descansar e não temos nada de material novo.
O que você está ouvindo atualmente?
Estou ouvindo Primal Scream, Add'n'to X, Coil, Ramones, Ladytron, Autechre, T.Raumschmiere, Panasonic.
A francesa Miss Kittin traz nu electro ao Brasil
Jan Fjeld
Em entrevista ao O Pulso via e-mail do estúdio em Berlim, a musa do electro, Miss Kittin afirma que não é fetichista, que a sua apresentação é um vômito através dos alto-falantes e que ela é bem mais do que uma "musa do electro". Ela diz que está apenas se concentrando "em levar a diversão a sério". Miss Kittin está no estúdio preparando o seu primeiro álbum sem o seu parceiro, o produtor e DJ The Hacker, mas não quer adiantar o que está por vir. Ela se diz "excitada" com a sua vinda ao Brasil marcada para o final deste ano quando se apresentará, discotecando no Rio de Janeiro, São Paulo e na praia de Camburiú (SC) (veja abaixo).
Miss Kittin é nome artístico da produtora e DJ francesa Caroline Herve de Grenoble na França. Ela tornou-se um ícone da cena electro - uma revisitação do estilo que nasceu na ressaca do punk no início dos anos 80. Electro é um cruzamento entre música eletrônica experimental representada pelo Kraftwerk e Can com o hip hop e funk.
Mora atualmente em Berlim ("o meu horrível e maravilhoso paraíso, bem louco e espaçoso") onde está em estúdio gravando o novo álbum previsto para o primeiro trimestre de 2003. Miss Kittin é um dos representantes mais visíveis desta cena retrô, também rotulado nu electro (nu wave) pela imprensa especializada. Electro representa uma tentativa da cena eletrônica de renovação. Não só as sonoridades são retrô como as atitudes também.
Miss Kittin se apresenta vestida de enfermeira ou com um mínimo possível de roupas e acessórios ligados ao universo sadomasoquista também em voga no início dos anos 80. Além disso, as letras de Miss Kittin são bem escrachadas, e tratam, em geral, do universo de sexo, drogas e rock'n'roll. Não há uma mensagem explícita nas letras fora a vontade de se divertir, como afirma Miss Kittin. O que prevalece são as descrições irônicas de uma vida no submundo cuja única saída é a fama e fortuna.
Acaba de sair no Brasil pela FNM o seu primerio álbum, "Miss Kittin & The Hacker, "First Album", com o seu parceiro de longa data, o produtor The Hacker (o também francês Michel Amato) que ela define como "minha alma gêmea tanto pelo seu senso de humor como seu corte de cabelo". O álbum foi lançado originalmente pela gravadora berlinense International Deejay Gigolo Records. As faixas "Frank Sinatra" e "1982", incluídas do álbum, tornaram-se referências na nascente cena retrô que reverencia tudo que é funk, disco, new wave e electro. Ambas as faixas abusam descaradamente das referências ao Soft Cell, Depeche Mode e Kraftwerk.
Leia trechos da entrevista:
Como é a pessoa por trás de Miss Kittin (Caroline Herve)?
A noite ela é a primeira musicista assassina em série, que vendeu a sua alma ao diabo e nunca deve envelhecer... Agora, de dia ela é assim, bem chata, ela está se aprimorando em lavar a louça e limpar o seu apê.
Conte-nos, por favor, sobre os seus estudos de artes plásticas. O que você estudava? Porque você largou os estudos?
Estava tentando ser uma artista contemporânea, mas enquanto estava tentando, "o sistema" queria diferente e me jogou no design gráfico. Virei uma péssima estudante e uma ótima DJ. E, como estava ganhando bem mais como DJ, decidi que não queria que meus pais pagassem mais os meus estudos e por isso larguei.
Por que o nome Miss Kittin e o seu show fetichista?
Não há uma razão, assim, específica do nome e acho que o jeito que me apresento não é nada fetichista. É só um vestido branco bem barato ou um caríssimo top de couro, modelo único, e uma saia.
Como você e The Hacker conceberam a faixa "1982"?
Estava precisando de mais uma faixa para o primeiro EP. Estávamos bem entediados com tudo e fazendo piadas em cima das faixas favoritas do The Hacker. Ele acha que o new wave era bom só até 1982, depois disso, só merda.
Você prefere discotecar, fazer shows com The Hacker ou colaborar com outros produtores como o Golden Boy, Sven Väth, Felix The Housecat, etc?
Prefiro discotecar, porque não é preciso incorporar uma personagem. O som que faço me representa. Mesmo assim, The Hacker sempre será o meu parceiro favorito, o meu parceiro dos sonhos. Ele é a minha alma gêmea tanto pelo seu senso de humor como o seu corte de cabelo.
Você está pensando em lançar um álbum só seu, da Miss Kittin, sem os seus produtores colaboradores como The Hacker ou The Golden Boy?
Este álbum está chegando. Aliás, atualmente estou trabalhando nisto 12h por dia. Você deve se considerar sortudo, já que estou respondendo às suas perguntas daqui do estúdio, mas ainda não vou falar do novo trabalho.
A imprensa especializada nomeou você como a musa do electro. Como você se sente como a musa do mais recente hype da música eletrônica?
Bom, espero que seja bem mais do que só isto! Espero ser uma boa DJ e uma excelente compositora. Mas não estou reclamando. Será que sou musa de electro, de algo, de alguém? Nunca me perguntei...
Como você define o que você faz?
Como música, observo o mundo à minha volta, fico refletindo sobre o que vejo, tentando digerir tudo, ao mesmo tempo em que quero me proteger um pouco contra os males do mundo. Depois, vomito tudo no papel. É fácil, dá pra tudo mundo fazer. Como DJ, medito com os discos, penso bastante sobre o som, tento me surpreender e depois vomito tudo através dos alto-falantes. Mesmo assim, acho que a melhor maneira de descrever o que faço e usando as palavras de Michael Mayer que é: levar a diversão a sério..
Quem é a sua maior influência?
A minha própria vida!!!
Você já veio para o Brasil?
Nunca estive no Brasil, mas como tudo que é novo, estou superexcitada para ir. Só espero que as pessoas não sejam loucas. Fico com medo quando as pessoas são demasiadamente expansivas, como aconteceu no México. Tinha até que andar com guarda-costas.
Como você se apresentará no Brasil? Miss Kittin, Miss Kittin and The Hacker, Miss Kittin and The Golden Boy ou algo totalmente diferente?
Só como Miss Kittin discotecando, o que é um pouco triste, porque adoraria tocar com The Hacker. Mas, por hora, nada de shows ao vivo. É preciso descansar e não temos nada de material novo.
O que você está ouvindo atualmente?
Estou ouvindo Primal Scream, Add'n'to X, Coil, Ramones, Ladytron, Autechre, T.Raumschmiere, Panasonic.
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